Descrição
Lêmingues medem cerca de 7 a 15 cm e pesam cerca de 30 a 120 gramas. Apresentam pelo longo, macio, com cauda curta. São herbívoros, se alimentando de folhas, gramíneas , brotos, ervas Cyperaceae e ainda de raízes e bolbos. Como os demais roedores, tem seus incisivos crescendo continuamente, o que lhes permite sobreviver em locais de forragem muito dura.
Os ‘’lêmingues’’ não hibernam durante os rigorosos invernos do ártico, quando se mantém ativos e encontram alimentação cavando na neve e encontrando aí grama cortada e armazenada previamente. São animais solitários por natureza, encontrando outros da espécie apenas para reprodução e depois levando suas vidas separadas. Apresentam uma altíssima taxa de crescimento populacional, especialmente quando a comida é abundante.
[editar]Hábitos
O comportamento dos lêmingues é muito similar ao dos demais roedores que apresentam enormes crescimentos periódicos de população, por isso, se dispersam para todas direções em busca de alimento e abrigo que o ambiente de origem não oferece. Os lêmingues do extremo norte da Noruega são raros vertebrados que se reproduzem de uma forma tão rápida que causa um caos populacional [1]. Em lugar de seguir um crescimento linear de população com oscilações regulares, sua maior explosão demográfica ocorre, por razões desconhecidas, aproximadamente a cada quatro anos, antes de um período em que quase se extinguem.[2] Durante muitos anos se acreditou que a população dos predadores dos lêmingues variasse junto com o ciclo dos mesmos, havendo hoje novas evidências que mostram de forma mais forte essa correlação.[3]
[editar]Mitos
Há concepções equivocadas sobre os lêmingues que vem de muitos séculos. Em 1530, o geógrafo Zeigler De Estrasburgo apresentou a teoria de que essas criaturas caíam dos céus durante o periodo de tempestades (também consta do folclore dosInupiat/Iupik do Norton Sound), vindo a morrer de forma súbita quando a grama voltava a crescer na primavera.[4] Esse mito foi refutado pelo especialista em história natural Olaus Wormius, que aceitavaque os animais caíssem do céu, mas teriam que ter sido levados pelo vento, nunca com uma geração espontânea. Foi Worm quem pela primeira vez publicou sobre dissecção de lêmingues, mostrando que eles eram anatomicamente similares a maioria dos demais roedores. Os trabalhos de Lineu provou que os animais têm todos origens naturais.[5][6]
Os lêmingues ficaram bastante conhecidos pelo mito de que cometeriam suicídio em massa durante suas migrações. Essa visão mítica se apresenta em diversas versões, não sendo sempre vista realmente uma ação voluntária, mas acidentes que levam à morte em massa.
Movidos por urgências biológicas de sobrevivência, algumas espécies de lêmingues migram em grandes grupos, sempre que a densidade populacional se torna insustentável. Os lêmingues não nadam e podem, nessa desesperada procurar por novo habitat, optar por cruzar um curso de água. [7] Esse fato e as enormes inesperadas flutuações na população dos lêmingues noruegueses devem ter contribuído para o desenvolvimento dos mitos.
O mito dos Lêmingues praticando “suicídio” em massa já vem de muito tempo e foi popularizado por diversos fatores e eventos. Em 1955, o ilustrador Carl Barks da Disney criou o desenho "The Lemming with the Locket (Medalhão)", com “Uncle Scrooge” (Tio Patinhas), no qual havia inspiração de um artigo de 1954 da National Geographic que mostrava uma enorme massa de lêmingues se lançando em abismos na Noruega.[8] Maior ainda foi a influência de outra produção da Disney White Wilderness (film), de 1958, ganhador do Oscar de melhor documentário, onde se apresentava uma cena com centenas de lêmingues saltando para morte certa num abismo, depois de falsas cenas de migração em massa. [9] Um documentário da Canadian Broadcasting Corporation, de nome Cruel Camera, denunciou que os Lêmingues usados em White Wilderness foram em realidade lançados na Baía de Hudson, Calgary, Alberta. Eles não se lançaram, foram, em verdade lançados num abismo com o uso de uma mesa giratória. [10]
Mais recentemente, esse mito ficou mais conhecido pelo Comercial do Computador Apple Inc. no Super Bowl de 1985 e alguns populares videogames, dentre eles opiniões de todos num rumo de conseqüência potencialmente perigosas e fatais. Além do vídeogame citado, há outro similar o Urban Terror, com lêmingues no qual o jogador deve desviar os animais e salvá-los de sua corrida ”suicida”.
Por seu comportamento migratório aparentemente estranho, os lêmingues e seu “suicídio” são lembrados e associados, como uma metáfora, a pessoas que seguem a maioria sem questionar, mesmo que esse comportamento tenha consequências terríveis. Houve também referências aos lêmingues em sua corrida para a morte na TV. Foram episódios dos sitcoms “Red Dwarf”, no show Robot Chicken da Adult Swim e, no cinema, no filme Francês “Lemming” de 2005.
[editar]Classificação
- Ordem Roedores
- Superfamília Muroidea
- Família Cricetidae
- Subfamília Arvicolinae
- Tribo Lemmini
- Dicrostonyx – lêmingue de colar
- Lêémingue de Colar de Nelson (da Ilha de São Lourenço, Alasca)
- Dicrostonyx kilangmiutak (Lêmingue de colar do Norte)
- Lêmingue de colar de Ungava (Dicrostonyx hudsonius)
- Dicrostonyx kilangmiutak (Lêmingue de colar de Vitória – Norte)
- Dicrostonyx nunatakensis (Lêmingue de colar das Montanhas Olgilvie)
- Lêmingue de colar Richardson (Dicrostonyx richardsoni)
- Lêmingue de colar do Norte Mar de Bering (Dicrostonyx rubricatus)
- Lêmingue do Ártico (Dicrostonyx torquatus)
- Lêmingue de colar Unalaska (Dicrostonyx unalascensis)
- Lêmingue de Wrangel (Dicrostonyx vinogradovi)
- Verdadeiro Lêmingue
- Lêmingue de Amur (Lemmus amurensis)
- Lêmingue da Noruega ] (Lemmus lemmus)
- Lêmingue Pardo da Sibéria (Lemmus sibiricus)
- Lêmingue Pardo da América do Norte (Lemmus trimucronatus)
- Lêmingue da Ilha de Wrangel (Lemmus portenkoi)
- Lêmingue Myopus ‘’
- Lêmingue dos Bosques (Myopus schisticolor)
- Lêmingue Bog Synaptomys
- Lêmingue Bog Norte (Synaptomys borealis)
- Lêmingue Sul (Synaptomys cooperi)
- Dicrostonyx – lêmingue de colar
- Tribo: Ellobiusini
- Ellobius
- Vole Alai Mole (Ellobius alaicus)
- Vole Mole Sul (Ellobius fuscocapillus)
- Vole Mole (Ellobius lutescens)
- Vole Mole Norte (Ellobius talpinus)
- Vole Mole Zaisan (Ellobius tancrei)
- Ellobius
- Tribo: Microtin: “voles”, 121 espécies
- Tribo Lemmini
- Subfamília Arvicolinae
- Família Cricetidae
- Superfamília Muroidea
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